SÃO JOSÉ DO RIO PARDO E REGIÃO – ANO 36



A educação como projeto de família

23/04/2025

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No Brasil, a questão educacional costuma ser atribuída exclusivamente às escolas, aos professores e às políticas públicas. Contudo, adotar essa visão restrita é negligenciar o papel central que cabe às famílias no processo formativo dos cidadãos. Sem o engajamento paterno e materno — ou, em sentido amplo, do grupo familiar —, qualquer iniciativa governamental ou institucional estará fadada a resultados parciais e, muitas vezes, inócuos.

Quando falamos em “educação” no cotidiano, tendemos a associá-la ao domínio de conteúdos acadêmicos: matemática, química, literatura. No entanto, o verdadeiro escopo educativo vai muito além das disciplinas formais. Ele engloba:

Urbanidade: atitudes respeitosas no trânsito, cordialidade em filas, cuidado com o espaço público;

Respeito ao próximo: compreensão das diferenças, empatia e solidariedade;

Visão estética: apreço pela beleza na arquitetura, na arte, no entorno comunitário;

Tolerância à diversidade: aceitação legítima de crenças, opiniões e estilos de vida distintos.

Esses elementos formam a base da convivência harmoniosa em centros urbanos e rurais, pois determinam a qualidade das relações humanas e o senso de pertencimento coletivo.

É inegável que o Brasil enfrenta déficits em vários indicadores educacionais — índices de alfabetização, qualidade do ensino, evasão escolar. Contudo, sobressai um problema ainda mais profundo: a carência de hábitos e valores que moldam o comportamento cidadão. Vemos:

Lixo descartado em locais impróprios;

Desrespeito a pessoas em situação de vulnerabilidade;

Conflitos gerados pela incapacidade de ouvir opiniões divergentes;

Crescente indiferença às manifestações culturais locais.

Tudo isso pode ser sintetizado em uma única palavra: falta de educação — não no sentido técnico-curricular, mas no que tange à postura individual e coletiva.

Se a educação de qualidade não se restringe ao ambiente escolar, fica claro que o lar é o primeiro espaço de socialização e internalização de valores. É ali que a criança aprende:

A saudar com respeito e afeto;

A compartilhar e a colaborar;

A resolver pequenos conflitos por meio do diálogo;

A valorizar a cultura local e a história de seus antepassados.

Sem a prática dessas lições domésticas, todo o aparato de bibliotecas, laboratórios e salas de aula torna-se insuficiente para moldar o caráter e a ética do indivíduo.

Portanto, não se trata de diminuir o investimento governamental em educação formal, que é fundamental, mas de reconhecer que a responsabilidade primária recai sobre cada família.

A transformação social que almejamos — com ruas limpas, relações harmoniosas e respeito mútuo — nasce no interior de cada lar. Não adianta, portanto, depositar todas as esperanças em reformas e verbas públicas sem, simultaneamente, investir no projeto familiar de educação.  



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