SÃO JOSÉ DO RIO PARDO E REGIÃO – ANO 36



Prefeitura debate diagnóstico socioterritorial 2025–2028 com O.S.s

28/04/2025

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Em março de 2025, a Prefeitura de São José do Rio Pardo, por meio da Secretaria Municipal de Assistência e Inclusão Social (SAIS), publicou o seu
“Diagnóstico Socioterritorial 2025–2028”.

Este diagnóstico foi objeto de um amplo debate com a sociedade civil em reunião ocorrida nesta semana, quando a prefeitura, por meio da secretaria de Assistência e Inclusão Social convidou entidades da sociedade civil organizada ligadas ao setor para apresenta-lo e debate-lo.

Diferente de estudos que tratam o município como um todo, esse diagnóstico mapeia as especificidades dos diversos territórios – centro, bairros periféricos e zona rural – e identifica oportunidades e vulnerabilidades em cada um deles ​

1. Histórico e formação do município

Origem (1867): Doação de terras pelo coronel Antônio Marçal Nogueira de Barros e construção da capela de São José.

Elevação a vila (1885): Crescimento populacional impulsionado pela imigração após a abolição da escravatura.

Ramal férreo (1887): Construção do ramal de Rio Pardo, posteriormente integrado à Mogiana, favoreceu o escoamento do café.

Cidade Livre (1891): Primeiro município a proclamar a República localmente, sendo nomeado “Cidade Livre do Rio Pardo” por Américo Brasiliense, embora logo regressasse ao nome original​.

2. O que é o “Diagnóstico Socioterritorial”?

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS, 2008), território é mais que delimitador geográfico: é palco de relações sociais, conflitos, laços de solidariedade e oferta (ou ausência) de políticas públicas.

O diagnóstico, portanto, associa atores e dados para tornar pública essa realidade local, evitando que o documento se restrinja a meros indicadores genéricos ​
.
3. Panorama territorial

Zona urbana x rural:

89% da população reside na área urbana, 11% na rural.

Agricultura (café, cebola, cana) permanece relevante, mas o setor de serviços responde por 58,9% do PIB municipal (2021).

Divisão por CRAS:

CRAS Cassucci: atende amplo conjunto de bairros e áreas rurais ao norte.

CRAS Central: engloba o Centro e vasta área rural adjacente.

CRAS Vale: cobre loteamentos e zona rural ao sul.

4. Vulnerabilidades e desafios sociais

O diagnóstico identifica seis dimensões de vulnerabilidade (IVCAD) para as famílias cadastradas no CadÚnico (13.890 pessoas):

Necessidade de Cuidados (NC): 44% das famílias têm crianças, idosos ou pessoas com deficiência sem adultos suficientes para assistência​.

Desenvolvimento da Primeira Infância (DPI): 19,6% das crianças de 0–6 anos não estão matriculadas em creche ou pré-escola.

Desenvolvimento de Crianças e Adolescentes (DCA): destaque para analfabetismo na faixa 10–17 anos e atraso escolar, com até 900 jovens fora da idade adequada para o ano letivo​.

Trabalho e Qualificação de Adultos (TQA): mais de 50% das famílias não têm adultos formalmente ocupados ou com rendimento acima de um salário mínimo​.

Disponibilidade de Recursos (DR): 74% das famílias recebem renda per capita inferior a R$ 218,00, mesmo com benefícios sociais​.

Condições Habitacionais (CH): déficit em saneamento, moradias improvisadas e alto custo de aluguel ainda afetam parcela significativa da população​.

5. Recomendações e próximas etapas

Integração de cadastros: atualizar o CadÚnico em tempo real com dados da Secretaria de Educação, visando reduzir DPI.

Programas de formação e qualificação: promover cursos e incentivos ao trabalho formal, enfrentando o déficit de qualificação (TQA).

Fortalecimento da rede socioassistencial: ampliar serviços de assistência domiciliar para idosos e pessoas com deficiência, hoje em planejamento.

Ações intersetoriais: saúde, educação e assistência social devem atuar de forma conjunta para reduzir mortalidade precoce de jovens e idosos, bem como o analfabetismo infantil e juvenil.

O Diagnóstico Socioterritorial 2025–2028 oferece um retrato detalhado da realidade rio-pardense, revelando desigualdades internas e orientando políticas públicas mais focalizadas.

A prefeitura faz um grande avanço ao tornar esses dados públicos e ao convidar técnicos, agentes e cidadãos a dialogarem e colaborarem na construção de soluções que promovam a equidade social em cada território de vivência. 



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