Acusação de abuso sexual por parte de médico movimenta redes sociais
03/08/2021
Um Coletivo de Mulheres divulgou em redes sociais o caso de um abuso sofrido por uma mulher por parte de um médico. A denúncia traz fatos gravíssimos que precisam, necessariamente, ser apurados. Inaceitável que uma mulher que busca tratamento de saúde sofra qualquer tipo de constrangimento. Inconcebível que se admita, nestas condições, um abuso de natureza íntima, sexual ou não.
Há aí valores morais em conflito, que precisam ser analisados com muita cautela. E cabe à imprensa séria fazer essa análise.
Em Primeiro lugar, há que se preservar a identidade da vítima, tanto quanto seja de seu próprio interesse. Já tendo sofrido uma violação, não deve a informação tornar-se um agravante ou pior: outra violação, ainda que psicológica. O apoio e a paciência são fundamentais para que a vítima possa enfrentar o constrangimento da situação e sentir-se protegida, acolhida pela sociedade.
Em Segundo lugar, não se pode deixar de mencionar, ainda que o abuso seja algo inaceitável e cause repulsa, em nosso estado democrático de direito todos os acusados tem direito à defesa em esfera judicial. E, segundo a lei, não pode ser considerado culpado, judicialmente, até o poder Judiciário se pronunciar em decisão nesse sentido.
Em terceiro lugar, para os limites desta análise, há o direito da sociedade de saber o que está acontecendo e o dever da imprensa em divulgar. Especialmente caso de abusadores, a informação é importante para prevenir outras mulheres. Contudo, o direito a informação e o de ser informado encontra alguns óbices de natureza ética e outros de natureza legal.
Sem dúvida há canais, blogs e mídias sensacionalistas que não titubeariam em expor a vida de vítimas de violência sexual em troca de alguns "likes" ou "curtidas" em redes sociais. DEMOCRATA com tais se não alinha. Longe, longe disso.
Nossos leitores sabem o que esperar deste jornal. Sopesando todos os valores morais, buscaremos informar o havido sem, contudo, invadir a privacidade ou ferir direito de qualquer dos envolvidos.
Por derradeiro, convidamos a todos nossos leitores, pessoas realmente diferenciadas, sérias, que não compartilhem boatos, não sejam propaladores de ódio.
Sábado, no DEMOCRATA, reportagem completa sobre o caso, com informações que são de interesse público sem, contudo, ferir ou machucar gente que já foi ferida ou gente que a lei atribui o direito de ser considerado inocente. Quem acompanha sabe o compromisso inarredável que temos com a verdade.
DEMOCRATA: um jornal necessário.
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