SÃO JOSÉ DO RIO PARDO E REGIÃO – ANO 36



Cardeal Dom Orani Tempesta escreve texto inspirado: Domino Gaudete

22/12/2023

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A tradição litúrgica da Igreja chama o Terceiro Domingo do Advento de Gaudete, isto é “Alegrai-vos!” No Missal Romano, a antífona de entrada exclama: “Alegrai-vos sempre no Senhor.

De novo eu vos digo: alegrai-vos! O Senhor está perto!” (Fl 4, 4.5).

Como expressão dessa alegria, pode-se usar no lugar do roxo, a cor rosea, no tom conhecido como “rosa antigo”.

É um roxo suavizado, que exprime a exultação pela aproximação do Santo Natal.

Alegrai-vos!

Alegremo-nos! O Senhor está perto!

Está próximo o Natal; está próxima a Vinda do Senhor;está próximo de nós o Salvador nosso nos diversos momentos de nossa existência!

Ele não é Deus de longe; é perto: seu nome será para sempre Emanuel, Deus-conosco!

Alegrai-vos!

Há quem se alegre no pecado, há quem se alegre em futilidades, há quem, mesmo alegrando-se com coisas que valem a pena, esquece que toda alegria é passageira.

Quanto a vós, caríssimos, alegrai-vos com tudo quanto é bom e louvável, mas colocai vossa maior e definitiva alegria no Senhor!

Somente nele o coração repousa plenamente, somente nele encontra-se a paz que dura mesmo em meio à tribulação mais dura, somente nele o anseio mais profundo de nossa alma.

Alegrai-vos! Mas seja o Senhor o fundamento da vossa alegria, a causa última da vossa exultação!

Eis a causa da nossa alegria.

Nós, os cristãos, temos direito de nos alegrar, mesmo diante das tristezas do mundo; temos o dever de manter a esperança, mesmo quando as possibilidades humanas fracassam; temos a oportunidade de continuar esperando ainda quando os nossos cálculos se mostrem errados.

Porque nossa esperança e certeza não se fundam em nós nem em nossas possibilidades, mas naquele que vem, naquele que o Pai do céu nos envia, naquele que nunca conseguiremos conhecer totalmente, o Santo Messias do Pai, Jesus, nosso Deus-Salvador.

A alegria do mundo procede de coisas exteriores: nasce precisamente quando o homem consegue escapar de si próprio, quando olha para fora, quando consegue desviar o olhar do seu mundo interior, que produz solidão porque é olhar para o vazio.

O cristão leva a alegria dentro de si, porque encontra a Deus na sua alma em Graça.

Esta é a fonte da sua alegria!

Não nos é difícil imaginar a Virgem Maria, nestes dias do Advento, radiante de alegria com o Filho de Deus no seu seio.

A alegria do mundo é pobre e passageira. A alegria do cristão é profunda e capaz de subsistir no meio das dificuldades.

É compatível com a dor, com a doença com o fracasso e as contradições. “Eu vos darei uma alegria que ninguém vos poderá tirar” (Jo 16,22), prometeu o Senhor.

Nada nem ninguém nos arrebatará essa paz gozosa, se não nos separarmos da sua fonte.

A nossa alegria deve ter um fundamento sólido.

Não se pode apoiar exclusivamente em coisas passageiras: notícias agradáveis, saúde, tranquilidade, situação econômica desafogada, etc., coisas que em si são boas se não estiverem desligadas de Deus, mas que por si mesmas são insuficientes para nos proporcionarem a verdadeira alegria.

O Senhor pede que estejamos sempre alegres!

Só Ele é capaz de sustentar tudo na nossa vida. Não há tristeza que Ele não possa curar: “Não temas, mas apenas crê” (Lc 8,50), diz-nos o Senhor.

Fujamos da tristeza!

Uma alma triste está à mercê de muitas tentações.

Quantos pecados se têm cometido à sombra da tristeza!

Por outro lado, quando a alma está alegre, abre-se e é estímulo para os outros; quando está triste obscurece o ambiente e faz mal aos que tem à sua volta.

Resta-nos, então, escutar com atenção o conselho do Apóstolo: estar sempre alegre em Cristo; com os olhos fixos nele; orar sem cessar, buscando realmente ser amigo íntimo do Senhor, dando graças em todas as circunstâncias, sabendo que ele está próximo de nós, nunca longe de nossas aflições e desafios. E mais: afastarmo-nos de toda maldade, procurando viver segundo Cristo e não segundo o mundo, santificando no Senhor nosso corpo, nossa alma e nosso espírito ou, em outras palavras, nossa dimensão física, nossa vida inteligente e nossa sede de Deus, nossa saudade de Infinito.

Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist.Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ 

Publicado na edição 1800 de 17 de dezembro de 2023, pág. 12



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