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SÃO JOSÉ DO RIO PARDO E REGIÃO – ANO 36 |
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Futebol como ferramenta de inclusão para crianças e adolescentes com autismo28/04/2025
 No mês de abril, em que celebramos a conscientização sobre o autismo, o Fábrica de Atletas, da Associação Fábrica de Saúde, Esporte e Cultura, reafirma sua missão de inclusão e transformação social por meio do esporte. Mais do que um projeto esportivo, o Fábrica de Atletas se tornou uma ferramenta poderosa de mudança, oferecendo aos jovens com Transtornos do Espectro Autista (TEA) e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) a chance de se desenvolverem fisicamente, socialmente e emocionalmente. Dados de pesquisa têm comprovado os benefícios significativos do esporte para crianças com TEA e TDAH. A Revista Brasileira de Ciência e Movimento (2023) revela que cerca de 79% a 83% das crianças com autismo enfrentam dificuldades motoras, como problemas de coordenação, equilíbrio e força. Esse dado reflete a necessidade urgente de intervenções que ajudem essas crianças a superar esses obstáculos.
É exatamente nesse ponto que o Fábrica de Atletas entra em cena. O projeto tem se mostrado fundamental para o aprimoramento das habilidades motoras dos jovens. A prática regular de atividades físicas não só melhora a coordenação motora, mas também fortalece a autoconfiança, a capacidade de trabalhar em equipe e o controle da impulsividade, aspectos essenciais para o desenvolvimento pessoal e social desses jovens.
Salete Vaz e Lucca Levy Fabrica de Atletas Núcleo Sorocaba Para Salete Vaz, mãe do Lucca Levy, aluno do Núcleo Fábrica de Atletas Sorocaba, psicóloga e integrante de grupos de estudo sobre autismo, o projeto representa uma forma concreta de inclusão. “Explico que o autismo é um transtorno global do neurodesenvolvimento, ou seja, o cérebro funciona fora dos padrões considerados típicos. O Lucca, por exemplo, tem crises silenciosas de autolesão. Quando vemos projetos como esse, que acolhem essas crianças com respeito e adaptação, o impacto é enorme”, afirma. Ela destaca os ganhos não apenas físicos, mas principalmente sociais. “A principal ferramenta terapêutica do esporte é a interação social. Mesmo que não haja comunicação verbal, o contato e a troca acontecem pela dinâmica do jogo. O Lucca tem aprendido a lidar com frustrações, desenvolver coordenação e, acima de tudo, conviver com o grupo”. Salete ressalta ainda o papel fundamental do professor Ricardo, coordenador do núcleo em Sorocaba, na mediação e adaptação das atividades. “Desde o primeiro dia, ele trabalha o respeito às diferenças com toda a turma. Isso é inclusão real”, completa.
Karina Carvalho Meira e Benicio Rodrigues Meira - campinas No Núcleo Campinas, a experiência tem sido igualmente positiva. Karina Carvalho Meira, mãe do Benício, descreve o impacto do projeto na rotina e no comportamento do filho. “A introdução dele foi maravilhosa, acolhido com muito carinho e respeito. Ele ama os treinadores e os coleguinhas, e tudo acontece de forma muito natural”, diz. Ela relata mudanças significativas na autoestima e na autoconfiança do menino: “Ele mesmo se arruma para o treino, enche a garrafinha de água, pega o boné e o protetor solar. Isso, para quem conhece as dificuldades do dia a dia de uma criança autista, é uma vitória enorme”. Karina observa que, além da disciplina e das habilidades motoras, o futebol tem ampliado o repertório social de Benício. “Ele passou a se comunicar melhor, a brincar com crianças de diferentes idades e até adultos. É como se fosse uma terapia”, explica. “Recomendo para todos os pais. O Fábrica de Atletas tem uma inclusão que não se explica, é sentida. É natural e acolhedora”. Em Ourinhos, a mãe Priscilla Siqueira também relata com entusiasmo a evolução do filho Pedro Henrique Ribeiro, que tem TEA e TDAH. “A experiência está sendo ótima! O Pedro nunca tinha tentado jogar futebol antes e está adorando. Ele tem melhorado muito na socialização, está começando a se soltar mais e perdendo o medo de fazer as coisas”, conta. Segundo Priscilla, os reflexos vão além da quadra: “Ele já até pediu para comprar uma bola para praticar mais. Emocionalmente, está fazendo muito bem para ele. Tem aprendido muito, está mais obediente, concentrado e até quer ajudar mais em casa e cuidar da saúde.” Ela destaca a importância do acolhimento que o filho recebeu no projeto: “Mesmo com o autismo e o TDAH, ele foi muito bem recebido e tratado como igual por todos, o que é essencial. Projetos como o Fábrica de Atletas só têm a acrescentar. Ajudam muito na autoestima, na confiança e na inclusão dos nossos filhos.” A atuação do Fábrica de Atletas, com o patrocínio da CPFL Energia e o Ministério do Esporte e realização da Associação Fábrica de Saúde, Esporte e Cultura, vai além do desenvolvimento físico. O projeto trabalha com jovens de 6 a 17 anos em situação de vulnerabilidade social, proporcionando não apenas a melhoria das habilidades motoras, mas também um ambiente de inclusão. Oferecer uma alternativa de expressão e socialização, por meio do esporte, tem sido uma estratégia eficaz para ajudar esses jovens a desenvolverem-se integralmente. O projeto não só abre portas para um futuro melhor, mas também cria campeões dentro e fora de campo, ajudando jovens a se desenvolverem como cidadãos mais preparados para a vida em sociedade. Ao promover a integração social, o desenvolvimento motor e emocional, o projeto está abrindo portas para um futuro mais justo e igualitário para todos. O esporte é mais do que uma atividade física: é uma oportunidade de mudança.
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